quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Em quem olho?


Em quem olho,
Quando fecho os olhos,
se o vermelho
é a cor do que valho,
ou com alho,
refogo meus abrolhos?

Se eu for simplório
ou meus versos pra velório;
Nós sem química ou laboratório,
me diga, se é pra ti irrisório
meus sentimentos que quão notórios
e aparentemente ilusórios,
levá-los-ei aos meus somatórios...


 Autor:Cláudio S'bau

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Sonetos da Mulemba 1


Nossa habitação é a mulemba;
Naquela árvore frondosa,
É ali aonde está o soba e sua esposa.
Filhos dessa terra, filhos do Semba.

Kasinda tem pemba,

Ofereceu sua vida, além de gasosa.
Disse Kumenekena com astúcia da raposa
Deu-me até arrepios no Ndemba.

Assim como um passaro,

Kasinda foi apanhado com seiva leitosa
Posto na gaiola, vê-se seu desespero;

Traiu sua mukaji, sua esposa;

Vai pagar com a vida, não dinheiro,
Conte ao soba essa cena pecaminosa…


Pequeno Glossário de algumas palavras em Kimbundu
Kimbundu: Dialeto de algumas regiões de Angola
Mulemba: Figueira africana; Soba: Chefe de uma tribo; Kasinda: Nome próprio; Pemba: feitiço; Gasosa: Propina, suborno; Kumenekena: Forma de saudação; Ndemba: Cabelo; Mukaji: Esposa.



 Autor:Cláudio S'bau

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

TÍTULO, Ñ HÁ, Ñ


Só de pensar
em ti esquecer
em ti já estou a pensar
mesmo sem perceber
é tão bom contigo estar, apesar
de nunca contigo estar
a sois te encontrar
sem um bobo parecer
por nervoso estar
querendo se expressar
com calma e ñ apressar
a palma da mão estender
e a sua apertar
ou à ti abraçar
e deixar
de imaginar
ou fantasiar
emoções em ti despertar
por amar
ou ser amada desejar
por mim e ñ outro ser
querer olhar
abraçar
a cada minuto ansiar
ao lado seu despertar
a cada amanhecer
um bom dia te dar
mesmo sem acariciar
sua pele tocar
suavemente te mostrar
quão bom é amar.

Do meu coração
só lê-se expressões
não sei se paixão
é tais emoções
causada por cada canção
cada poesia e suas representações
seus motivos e inspiração
que levou a tais alegações
com base em explicação
por traduções
que não entendidas são
suas ações
me chamam a atenção
me prendem em grilhões
tal como Sansão
se perdendo nas visões
por amor perdeu a visão
e pois então
qual a canção
que as portas abrirão
do seu coração
pra eu ser a extensão
diz-me então
é amor não foi paixão.


Autor:Cláudio S'bau

domingo, 6 de novembro de 2016

DINHEIRO

















Dinheiro é desejo
Um forte almejo
É motivação
Direito de possessão.

É a arma da ganância
Munição pra ignorância.

Dinheiro...
É nota que o torna notável
A posse do impossível
Mais que o imaginável
É a força do corruptível.

A mescla do bem e o mal
Classifica o mísero e o abastado
Educa o cavalheiro e o animal.
Imprevisível como a varredura dum tornado.



Autor:Cláudio S'bau

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Coisas Simples…


Lá do meu apê
De tudo se vê
De cegueira quase ninguém vê
Que me rodeiam coisas belas
A ignorância faz-me desprezá-las.
Vejo o leste reluzente
As luzes no horizonte
Se não fossem tão baixas
São casas em que as estrelas se agacham.

Ouço o silêncio da noite
Poucos os sons sem norte
Cantos dos grilos trovadores
Resmungue do dia ensolarado
Esqueça o que o deixou bronzeado
O sol dá show no limiar do seu crepúsculo
 Lembre-me do arco-íris
O conjugar das cores
Afetou-me a íris
Trouxe-me mil amores
Menina dos meus olhos
Com anel às mãos, pôs-me a dobrar os joelhos.

Quem agenciou o espetáculo das Auroras?
Não é Jeová? Embora tu o ignoras
Sopra os ventos solares
Em exibição vistos eventos espetaculares
Sou ionização e dissociação
Oxigênio e Nitrogênio suas partículas em excitação
Doam o vermelho e verde
Não sou rosa nem grama
Seu charme no espelho me prende
Sou água de represa que derrama
Viajei no ar, sou gotas de orvalho
Se não fosse pelas flores quase nada valho
No olhar da chita, fixa em sua presa
Sua deslumbrante postura não se despreza

Lá do meu apê
Nem tudo se vê
“Coisas simples” é tudo que se vê ...
To be Continued...

Autor:Cláudio S'bau